AS DUAS FACES DO MEDO

Com os acontecimentos, por vezes chocantes na vida, estamos cada dia mais fragilizados diante da insegurança de viver.

Noticias ruins chegam até nós por atacado. Mal absorvemos um fato e acontece outro.

A palavra de ordem que se instalou nas conversas é denominada “Medo”.

Um aspecto curioso de tudo isso é que ao invés de tomarmos precauções necessárias evitando o acontecimento de algo e seguirmos em frente. A maioria das pessoas buscam artifícios para se horrorizarem, buscando assim justificativas para não viver, pois segundo elas a vida está perigosa.

No meio televisivo crescem constantemente o número de programas de cunho trágico. E o ibope sobe, conforme o tamanho da tragédia.

Mas o medo não deve ser visto somente como um sentimento inibidor de realizar sonhos e vontades. E jamais deve ser desqualificado.

Imagine alguém sem medo algum? Seria no mínimo prepotente.

O medo nos assegura a auto conservação além de que tudo que viveremos e nos é desconhecido, poderá proporcionar alegria e expectativa, mas também gera medo do que está por vir.

Para saber se o medo é natural precisamos primeiramente observar se ele está paralisando sua vida.

Há pessoas que não saem de casa com receio de que algum infortúnio ocorra.

Paralisando sua vida social e dificultando que algum acontecimento agradável ocorra, pois o único pensamento que ela alimenta é o medo. Alguns até somatizam no corpo, justificando aos outros que estão impossibilitados de saírem.

Diversos relacionamentos são pautados pelo medo. Aqui o medo atua proporcionando lealdade e intimidação. Garantindo, mesmo de maneira equivocada que no relacionamento não acontecerá eventos que estão fora do domínio de quem transmite o medo.

Através do medo muitas pessoas permanecem aprisionadas a relacionamentos desgastantes. Assim a dinâmica do abuso se instala e quem tem medo não se arrisca a ter vida própria.

Pessoas assim vivem em uma zona de conforto que mesmo sendo insatisfatória é cômoda.

Muitos casais e famílias transmitem o medo através de mensagens ditas ou não verbais. Isso nem sempre acontece por maldade. Fazem isso devido ao próprio medo da solidão e de terem que lutar contra seus monstros internos.

Então para não lidar com a própria dor e a responsabilidade de viver, muitas relações são construídas tendo como ingrediente o medo. Dessa maneira quem sente medo não questiona muito, apenas quer ser protegido.

O medo muitas vezes é desculpa ideal para não tentar algo diferente na vida.

É necessário superar os medos.

Medos de não corresponder expectativas dos pais dos cônjuges da sociedade. Superar o pensamento de que se sente inadequado na vida. De que não é capaz de ter relacionamentos satisfatórios na vida.

Enfim, evite débitos com você mesmo.

Nada pior do que passar pela vida sem ter feito algo de bom por si.

Um filme que nos possibilita envergar o quanto o medo paralisa e traz sofrimento é a “Vila”.

Por medo de reviverem sentimentos de dor e sofrimento, adultos constroem uma nova forma de viver, pautada no autoengano e na mentira.

Mas o medo de tocarem na própria dor, impossibilita cada um de se desapegar da dor de sua tragédia, além de perderem a oportunidade de terem relações regidas pela transparência.

Até quando muitos viverão com o medo de superar o medo que imobiliza?

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Diz Aí!

O medo ainda te bloqueia? Deixou de fazer algo importante por causa dele?